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Crítica do Filme Passei por Aqui na Netflix

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Uma visita inesperada ao abismo social — e à alma humana

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Em um mundo acelerado, onde a arte muitas vezes busca nos entreter em vez de nos fazer refletir, há filmes que surgem como um golpe seco, direto no estômago. Passei por Aqui (I Came By), produção britânica lançada na Netflix, é um desses raros exemplares. Ele não oferece conforto. Não busca agradar. Não entrega respostas prontas. E, talvez por isso mesmo, seja tão necessário.

Dirigido por Babak Anvari, conhecido pelo excelente Sob a Sombra (2016), o longa mistura suspense psicológico, crítica social e drama urbano de uma forma incômoda — no melhor sentido possível. Aqui, não se trata apenas de contar uma boa história. Trata-se de incomodar, cutucar, provocar. O filme se infiltra lentamente sob a pele do espectador e ali permanece, mesmo depois que os créditos finais sobem.

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Um grafite, uma ideologia e uma ameaça invisível

Logo nos primeiros minutos, somos apresentados ao protagonista Toby (George MacKay), um jovem rebelde de classe média-baixa que tem uma missão: invadir mansões de pessoas ricas e grafitar em suas paredes a frase “I Came By” — “Passei por Aqui”. O gesto, embora ilegal, é carregado de simbolismo. É como se ele dissesse: “Eu vi. Eu existo. Vocês não podem me ignorar.”

Ao lado do amigo Jay (Percelle Ascott), Toby usa essa forma de protesto como maneira de denunciar simbolicamente a desigualdade social, expondo as estruturas de poder que sustentam uma sociedade cada vez mais polarizada. Mas tudo muda quando ele escolhe o alvo errado: um ex-juiz respeitado, Hector Blake (vivido com frieza e maestria por Hugh Bonneville, de Downton Abbey), cuja fachada de homem íntegro esconde algo perverso.

A partir daí, o filme abandona a estética juvenil do ativismo de rua para mergulhar em um thriller psicológico denso, tenso e perturbador. O que Toby descobre ao invadir a casa de Blake vira seu mundo — e o nosso — do avesso.


A transformação de Hugh Bonneville: do aristocrata ao monstro

Um dos maiores destaques de Passei por Aqui é, sem dúvida, a atuação de Hugh Bonneville. Conhecido por interpretar personagens elegantes, educados e, muitas vezes, até afetuosos, o ator entrega aqui um desempenho completamente diferente. Seu Hector Blake é um exemplo clássico do “lobo em pele de cordeiro”.

O olhar calmo, a fala articulada, a elegância britânica — tudo em Blake parece inofensivo. E é exatamente por isso que ele é tão aterrorizante. Bonneville consegue construir um vilão que nunca grita, nunca corre, nunca precisa de armas visíveis para exercer poder. Ele representa o perigo silencioso, institucionalizado, invisível para quem não sabe onde olhar.

O contraste entre a imagem pública de Blake e seus atos sombrios é uma crítica feroz à hipocrisia das elites — aquelas que, sob a máscara da civilidade, escondem estruturas de violência, racismo e abuso.


Um thriller que desafia expectativas e frustra convenções

Ao contrário do que se espera de um suspense com essa premissa, Passei por Aqui se recusa a seguir fórmulas. O filme quebra expectativas de forma brutal, subvertendo narrativas tradicionais de heróis e vilões, e forçando o espectador a lidar com as consequências reais de escolhas ousadas.

Sem dar spoilers, vale dizer que os personagens que achamos que vão carregar a trama não duram tanto quanto o previsto. Os protagonistas mudam, os pontos de vista se deslocam, e o roteiro nos empurra para um território incerto. Essa instabilidade narrativa pode frustrar alguns espectadores, mas também é o que torna o filme tão ousado.

Ao nos tirar do conforto da previsibilidade, Anvari nos obriga a encarar o caos, a impotência e a brutalidade do mundo como ele é — e não como gostaríamos que fosse.


A mãe que não desiste: uma protagonista improvável e poderosa

Outro pilar da narrativa é Lizzie (interpretada com emoção contida por Kelly Macdonald), a mãe de Toby. Após uma sucessão de eventos trágicos, ela se torna, contra todas as probabilidades, uma peça central da história.

Sua jornada, marcada pela culpa, desespero e coragem, é profundamente humana. Lizzie representa as mães que enfrentam sistemas impiedosos, que lutam mesmo quando tudo parece perdido, que se tornam heroínas sem querer — apenas por amor.

É impossível não se emocionar com sua trajetória. E é ela quem carrega parte do peso simbólico do filme: enquanto os homens travam jogos de poder e violência, são as mulheres que, silenciosamente, tentam consertar os cacos.


Crítica social embutida no suspense

Embora o enredo principal de Passei por Aqui se desenvolva como um thriller, o subtexto é carregado de comentário social contundente. O filme fala, ainda que indiretamente, sobre:

  • O abismo entre ricos e pobres;

  • O racismo estrutural (Jay, jovem negro, abandona a militância por medo de represálias mais severas);

  • O despreparo do sistema legal em proteger os vulneráveis;

  • A manipulação midiática e as falsas aparências.

Não é à toa que Toby escolhe as mansões como alvo. Elas simbolizam o privilégio, o isolamento e a impunidade. E sua arte, embora ilegal, é uma tentativa de quebrar o silêncio — ainda que, ironicamente, ninguém esteja realmente ouvindo.


Estética urbana e direção precisa

Visualmente, o filme adota uma paleta fria e sóbria. As cenas em ambientes luxuosos contrastam com a vida simples de Toby e Lizzie. A câmera muitas vezes observa os personagens à distância, como se o espectador fosse um voyeur, testemunhando segredos que nunca deveriam ser revelados.

A trilha sonora é discreta, mas eficaz. Ela não conduz emoções, mas amplia o desconforto. É o silêncio, muitas vezes, que grita mais alto. A direção de Babak Anvari mostra maturidade ao construir tensão sem recorrer a clichês.


Repercussão nas redes sociais — frases para engajar

  • 👀 “Nem toda casa tem fantasmas. Algumas têm monstros vivos.”

  • 🚪 “Passei por Aqui” — quando a arte se torna ameaça e o protesto vira sobrevivência.

  • 🎭 Hugh Bonneville como você nunca viu: do Lord de Downton Abbey ao pesadelo da elite britânica.

  • 🔥 Um filme que não segue fórmulas e desafia você a sair da zona de conforto.

  • 🧠 Thriller com consciência: Passei por Aqui é muito mais do que um suspense — é um manifesto silencioso.


Considerações finais: vale a pena assistir?

Sim — com todas as letras. Passei por Aqui é um filme que não se encaixa facilmente em categorias. Não é apenas suspense, não é apenas drama, e certamente não é uma história de redenção. É um mosaico de dor, coragem e crítica que merece ser visto com atenção.

Pode não agradar a quem busca respostas fáceis ou finais fechados. Mas para quem valoriza narrativas que incomodam, que fazem pensar, que desafiam expectativas, este é um prato cheio.

A Netflix, muitas vezes criticada por investir em produções genéricas, acerta em cheio ao distribuir um filme como esse. Ele merece ser descoberto, comentado e debatido. Porque mais do que passar por ali, ele fica.

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